segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Que era fácil, isso ninguém me disse

O ser humano sempre me impressionou muito. Talvez não bem o ser humano, biologicamente falando, mas seus comportamentos. Nas últimas semanas, tudo tem sido motivo pra eu notá-lo cada vez mais. E quando muitas idéias se juntam, é melhor eu colocá-las logo pra fora, porque eu não aguento, não.

Os problemas sociais, a pobreza, o preconceito, pra mim, muitas vezes, são arroz do mesmo saco, porque eles existem graças à falta de humildade. Se os EUA e as outras grandes nações doassem dinheiro para a África, não haveria mais fome lá, e talvez esse exemplo acabasse com a fome no mundo todo. Mas é claro que esses governos não estão tão preocupados com uma pobreza que está tão longe deles, assim como não nos afeta tanto a pobreza que está tão perto. E é por essas e por outras que o comunismo não deu e nunca dará certo, penso eu. Toda pessoa tem seu lado corrupto. É claro que uns mais do que outros, e é claro que todos têm seus bons momentos de caráter. Mas o que flui no mundo são as práticas capitalistas, que pregam que uma pessoa precisa pisar em outra para se elevar. E é por isso que eu não estudaria economia, porque eu ficaria ainda mais frustrada se estudasse isso. Mas é sobre a humildade que eu quero falar.

Eu não queria perder tanto tempo pensando em coisas tão utópicas, como em acabar com a fome no mundo, ou me focando nos problemas sociais, e nos modelos ideológicos. O que mais me incomoda é a realidade ao meu redor... pessoas, fatos, e eu mesma. Eu acho que guardar os próprios méritos para si, e se esforçar para fazer as coisas pra você, sem pisar nos outros, são grandes virtudes. Assim como ser caridoso, e se preocupar com os outros, também são. Entretanto, isso todo mundo sabe, ou pelo menos finge que entende bem. Mas eu não entendo tão bem assim. Se eu entendesse, eu não faria nada diferente disso, porém é muito difícil. E é quando eu me esqueço da razão pela qual eu vivo, que esses erros ocorrem. Muitas vezes, os motivos são as influências e o meio, mas na maioria, ocorrem por descuido. E quando o orgulho prevalece, não só comigo, então, pessoas se rotulam, competem, e a sociedade se corrompe cada vez mais. O que fazer? O que fazer quando todo o orgulho se torna um nada? O que fazer quando eu me arrependo dele?

Eu desejo que a humildade brote todos os dias em mim, e que junto dela, a felicidade. E que essa luta de todos os dias continue, porque pelo menos sei que estou viva.

“Dame ojos grandes para ver

y corazón para entender

que en lo pequeño está el Misterio.

Y que los límites no son

reflejo fiel del corazón

porque éste late em el deseo.

Dame ojos grandes

para ver el corazón,

y corazón para amar lo pequeño.”

Claudia Alvarez