sábado, 24 de dezembro de 2011

Perdoa-me

E olha a vida, vindo testar o meu perdão mais uma vez. É difícil olhar para trás e me construir de novo, repensar momentos e antigas verdades. Enquanto me acostumo com essa sensação de jamais saber o que vivi, descubro que a vida é um somatório das liberdades humanas ao mistério. Minha sensatez se preocupa em convencer minha curiosidade de que isso não mais importa e meu coração ainda desacredita. Mas a minh'alma sempre indicaria o perdão, porque ele me traz paz e a certeza da minha liberdade, que se relaciona com o mistério de viver essa vida frágil, porém intensa. Só quero acreditar no presente, porque dele eu jamais duvidaria.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Uma rosa cor de rosa

Lágrimas que não caem

Têm pressa em expressar

Uma saudade precoce.

A saudade de dois olhos

E por traz deles, meu tudo.

Num mundo que gira veloz

Minhas lágrimas tentam

Prender-se aos momentos,

Momentos de rosas rosa

Que constroem a felicidade

E a tristeza do seu fim.

Quem dera a liberdade verdadeira

E despreocupada daqueles olhos

Prender-se aos meus.

Quem dera o meu tudo,

Por traz daqueles olhos,

Preencher também os meus.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Eros, hoje

De acordo com Bento XVI, que baseou as colocações acerca do amor cristão de sua “Carta encíclica Deus Caritas Est” nas definições feitas por Santo Agostinho, o amor entre homem e mulher, no qual concorrem indivisivelmente corpo e alma, abre uma promessa de felicidade que parece irresistível e ofusca os demais tipos de amor, como da pátria, à profissão, entre amigos, ao trabalho, entre pais e filhos, entre irmãos e familiares, ao próximo e mesmo a Deus. A este amor, que não nasce da inteligência e da vontade, mas de certa forma impõe-se ao ser humano, a Grécia antiga deu o nome de Eros.

Em sua canção “A Dança”, Renato Russo critica ferozmente vários costumes sociais:

Você não tem idéias
Pra acompanhar a moda
Tratando as meninas
Como se fossem lixo
Ou então espécie rara
Só a você pertence
Ou então espécie rara
Que você não respeita
Ou então espécie rara
Que é só um objeto
Pra usar e jogar fora
Depois de ter prazer.

Entre eles, o prazer carnal por si só e a banalização do sexo e do ser humano, que acontece como conseqüência. A música retrata o Eros em sua forma mais instintiva e desumana, por incluir apenas a matéria e deixar de lado a espiritualidade. Esta contorção, que ganha cada vez mais força nos dias atuais, mostra o prazer de um instante, porém não coloca em evidência o vértice da existência e a beatitude para que tende todo o nosso ser e sentido do amor, deixando um vazio, como se vê nos seguintes versos, da mesma composição:

Você é tão moderno
Se acha tão moderno
Mas é igual a seus pais
É só questão de idade
Passando dessa fase
Tanto fez e tanto faz.

(...)

Você é tão esperto
Você está tão certo
Que você nunca vai errar
Mas a vida deixa marcas
Tenha cuidado
Se um dia você dançar.

Por isso, sem purificação e disciplina, o Eros inebriante e descontrolado leva à degradação do homem e à perda da compreensão do amor. Torna-se mercadoria, uma parte que o homem não vê mais como âmbito de sua liberdade, porém como algo apenas agradável e inócuo.

quinta-feira, 10 de março de 2011

"Vida"

“Não é preciso uma verdade nova,
uma aventura,

pra encontrar,
nas luzes que se acendem,
um brilho eterno.

E dar as mãos
e dar de si além do próprio gesto.

E descobrir, feliz, que o amor
esconde outro universo.”

Fábio Jr.


segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Uma viajante

Eu agradeço o dia e a noite. Eu agradeço cada piscar de olhos e cada batida do meu coração. Eu agradeço o céu, o mar, a Lua e o Sol. Eu agradeço a inveja e as preocupações, que me aproximam do verdadeiro, do misterioso, que me fazem olhar para o meu próprio ser. Eu agradeço os desafios, que clamam por força e humildade. E agradeço os meus desejos, que me fazem viver.

domingo, 16 de janeiro de 2011

"Os cegos do castelo"

"Eu não quero mais mentir,
Usar espinhos,
Que só causam dor.
Eu não enxergo mais o inferno
Que me atraiu.
Dos cegos do castelo
Me despeço e vou,
A pé, até encontrar
Um caminho, um lugar
Pro que eu sou..."
Nando Reis