terça-feira, 27 de julho de 2010

"Há Tempos"

"E há tempos, nem os santos
Tem ao certo a medida da maldade.
E há tempos, são os jovens que adoecem.
Há tempos, o encanto está ausente.
Há ferrugem nos sorrisos.
E só o acaso estende os braços
A quem procura abrigo e proteção.

Meu amor,
Disciplina é liberdade.
Compaixão é fortaleza.
Ter bondade é ter coragem."
Renato Russo

2 comentários:

  1. "E adveio então, num instante predeterminado,
    um momento no tempo e do tempo,
    Um momento não fora do tempo, mas no tempo,
    naquilo que chamamos historia: seccionando, dividindo
    a esfera do tempo, um momento no tempo, mas não
    como um momento do tempo,
    Um momento no tempo, mas o tempo foi feito
    através desse momento, pois sem significado não há
    tempo, e aquele momento do tempo lhe deu o sentido.
    Pareceu então que os homens deviam seguir
    de luz em luz, na luz do Verbo,
    Através do sacrifício e da paixão salvos e despeito
    da negatividade que o ser de cada qual continha;
    Bestiais como sempre, carnais, egoístas,
    interesseiros e obtusos como sempre haviam sido
    E ainda assim lutando, sempre reafirmando
    e recomeçando a marcha num caminho que fora iluminado pela luz;
    Tantas vezes parando, perdendo tempo, desviando-se,
    atrasando-se e voltando, mas jamais seguindo outro caminho."

    T.S. Eliot, Coros de "A Rocha"

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  2. Logo depois de escrever essa música, ele, Renato Russo, quando estava sem sono num quarto de hotel, levantou, abriu um exemplar do Novo Testamento em cima do criado mudo e leu a 1ª Carta de São Paulo aos Coríntios...

    “É só o amor! É só o amor
    Que conhece o que é verdade.
    O amor é bom, não quer o mal,
    Não sente inveja ou se envaidece.

    O amor é o fogo que arde sem se ver;
    É ferida que dói e não se sente;
    É um contentamento descontente;
    É dor que desatina sem doer.

    Ainda que eu falasse
    A língua dos homens
    E falasse a língua dos anjos
    Sem amor eu nada seria.

    É um não querer mais que bem querer;
    É solitário andar por entre a gente;
    É um não contentar-se de contente;
    É cuidar que se ganha em se perder.

    É um estar-se preso por vontade;
    É servir a quem vence, o vencedor;
    É um ter com quem nos mata a lealdade.
    Tão contrário a si é o mesmo amor.

    Monte Castelo
    Legião Urbana
    Composição: Renato Russo (recortes do Apóstolo Paulo e de Camões).

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